quinta-feira, agosto 31, 2006

O que somos nós?

O que somos nós?

O que somos nós?!
Imagina um casal que gera um filho, cria-o, educa-o e passa sacrifícios vários para fazer dele um homem. O que fazem apenas é adiar-lhe a hora da morte. Ninguém escapa a essa sorte porque nós não somos nada!

Uma criança que passa fome, uma mãe que não dorme…
Uma criança que adoece, uma mãe que reza a sua prece…
Uma criança que morre… uma vida perdida, uma mãe ressentida, incapaz de trazer nova luz e brilho aos olhos do seu rebento, condenado a uma vida de tormento. Nenhum pai deve enterrar os seus descendentes. Mas quando a vida é injusta, amarra-nos com correntes, com unhas e dentes. Que pode um pai fazer? Nada, porque nós não somos nada.

A riqueza injustamente espalhada pelo mundo, guerras que vão fazer o humano bater no fundo e levar-nos à extinção. A incapacidade dos líderes em pedir perdão, leva os inocentes a batalhas confusas e sem precedentes. O problema da guerra que prolifera no planeta terra, é o resultado da ganância de personalidades sem importância em busca de relevância. Deixam um rasto de viúvas e órfãos. E sangue nas suas mãos, assassinos! E tudo isto porquê? Nós não somos nada.

Sempre que um manifestante é espancado, um mero transeunte apunhalado, um homem roubado e um casal de idosos burlado, a morte sorri-nos com um carinho especial. Sorri-lhe de volta, pois neste mundo social ela está em todos os cantos, esperando-nos com epidemias e cancros. Não lhe podes fugir, quando ela estiver para vir, já sabes, só te resta sorrir.

Mas há coisas que não têm explicação e muitas outras para além da razão. Diz-me tu, do interior da tua sabedoria sem fim:
Se nós não somos nada, porque é que tu és tudo para mim?

Agosto de 2005

1 comentário:

Pazolo disse...

Gosto deste. Tem ritmo. Dá-lhe Sarge!
... E logo é o Tulha a pagar!