sexta-feira, abril 13, 2007

Origem da minha escrita: "porquês" e "comos"

Algures na vergonha do meu pensamento,
Observei absorto à morte da minha ilusão sem sentido
Ao dizer-me que tudo o que já tenho vivido
Esfuma-se para sempre ao sabor do vento.

Volta o poeta mórbido e embriagado.
Na escrita decomposta e pútrida,
Nunca bela, ordenada e lúcida,
Expõe-se inconformado e revoltado.

Perdido nas cinzas do olhar terno…
Encontrado na baixa-mar do teu horizonte
Desmaiado, caído, nas vergonhas que a preia-mar esconde.
Sou assim, e o que sou é eterno…
…este amor/ódio que me consome é eterno!

Matemática

Poucos podem dizer que conhecem o amor.
Muitos podem dizer que conhecem o ódio.
Poder-se-á dizer que o amor é a antítese do ódio? O lado oposto?
Engraçado como sentimentos que, se pode dizer, não são o amor desencadeiam sentimentos como o ódio!
Mas o mais engraçado é que sentimentos como o ódio nunca geram sentimentos como o amor…
Assim:
O amor muito provavelmente gerará ódio/raiva.
O ódio/raiva nunca gerará amor.
Nesta matemática estranha o ódio é filho do amor. O amor por sua vez é nosso filho, aquele que sempre desejámos e nunca tivemos.
Mas porque escrevo eu isto? Terei amado e agora odeio? Porque nunca soube o que é o amor? Mas eu sei o que é o amor, ele é que não sabe quem eu sou…
Terá o ser humano sido feito para odiar enquanto que para amar é necessário uma construção morosa da parte de engenharias sentimentais?
As duas pessoas que costumam ler o que escrevo pensem nisto e depois digam-me qq coisa, pq eu não percebo…