segunda-feira, outubro 16, 2006

Anjos e Demónios (parte 1)

Anjos

Há algo que me toca…
Percorre-me e deixa-me paralisado com o seu perfume.
Não há mito urbano que o explique, nem enciclopédia onde esteja presente.
Algo que apesar de pequeno me protege no calor das suas asas e me eleva aos reinos dos céus onde, aí, finalmente me encontro e explico.
Há uma música sem instrumentos a ser tocada, ao som da qual danço seduzido por este anjo.
Abstenho-me das guerras dentro e fora de mim que normalmente controlam a minha vida. Afugenta os demónios que me devoram e cravam as suas garras cada vez mais fundo na minha carne. Embrenho-me em sonhos de ternura e escondo-me atrás das suas asas para assim evitar ser acordado.
Tento escrever o que sinto mas não tenho vocabulário para o fazer, com muita pena minha porque era algo que gostava de revelar. Faz-me desejar ser um príncepe encantado, mas o meu cavalo é negro a teus olhos.
Sinto-me minúsculo ao pé da grandeza que apresenta, o que se torna um obstáculo nas danças a que nos entregamos.
Quando finalmente acordo, o sonho caminha a meu lado, nos sons… nos cheiros… no olhar… na memória.
Guardo a bailarina e fecho a caixa de música que me embala.
Apercebo-me que sonhei com algo que nunca tive, nem tenho, e que ainda assim morro de medo de o perder! O que és afinal? Não sei, mas adorava saber…
Outubro de 2006

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem que profundo q o Ricardão escreve... Gostei particularmente deste, ñ desfazendo os outros que tao bastante humanos msm!!!
Sabes que ñ acredito que o teu cavalo seja negro e nem q ñ possas ser um verdadeiro principe! ès um "bébé" grande e com muito potencial!!! Já estás aqui no meu lado esquerdo*** Um bjinho da "tua" pukenina*********

Pazolo disse...

Concordo com a opinião anterior, especialmente com a parte do bébé grande. Faz sentido de uma forma obtusa. Ricardo, bottoms up!
abraço!