terça-feira, junho 10, 2008

O último suspiro: Derradeiras 4 gotas e Até sempre.

Perante o aparente esgotar da minha fonte, vi-me, injustamente, encurralado por uma série de episódios que senti que não teria provocado. A minha reflexão levou-me a que, com isto, escrevesse as últimas linhas desta página, virando a folha, começando um novo e límpido episódio.

O ódio peculiar que nutro por injustiças agravou o meu sentido crítico, capacitando-o a percorrer um caminho evolutivo em que o pensamento interior extrapolou para uma nova dimensão. Temo que esta fase não se coadune com os padrões ambientais à minha disposição.

O tempo aperta-me cada vez mais e o tic-tac do relógio pica-me de fora desta jaula que me comprime. O acordar desta hibernação foi violentamente subtil e só depois do sangue correr senti o seu sabor agridoce que me cegou definitivamente. Bendita cegueira que me afastou destas ilusões que, inevitavelmente, dançariam na minha cabeça que surgiria logo acima da areia movediça.

Neste último suspiro denotei que tudo nos custa muito mais a adquirir e a manter, do que o proveito que realmente poderemos retirar. A vida inflacionou-se e isto deve-se à nossa própria acção. Somos todos barões capitalistas da vida por culpa própria. O sôfrego correr atrás de sonhos leva ao consumo inútil de todos os nossos recursos, pessoais e humanos, na esperança de obter um lucro compensador e que raramente nos é proporcionado. Entramos assim na miséria, esquecendo-nos que fomos nós que nos sugámos inconscientemente.

Encontro-me, desta forma, vazio. Todas as homenagens aqui prestadas foram, no entanto, verdadeiras e sentidas. Se foram, alguma vez, mal entendidas isso parte de cada um de nós, pois nem nós, verdadeiramente, nos entendemos. Eu senti-as e exprimi-as. Não querendo, ainda assim, tocar ninguém porque era a mim que elas tocavam. E se ainda tocam, tocam delicadamente enquanto me embalam os sonhos em que me abstraio do real, buscando o seu “safe heaven” finalmente.
Não há assim outra alternativa senão calarem-se as palavras de amor e ódio. Ficam as homenagens, mais que sinceras a quem de direito. E o agradecimento a tudo o que me inspirou…

Ricardo Mouro

5 comentários:

Batista disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Batista disse...

Mesmo que não aprecies pagar impostos, e doa o que doer, vais ter de continuar a pagar. Ou seja, mesmo que alguém não aprecie com o que aqui se vai passando, só vai mesmo é ter de aguentar.

Aqui a vantagem é mesmo não teres de dar satisfações a ninguém em relação ao que aqui colocas, ao que não colocas, ao que pensas publicar ou ao que eventualmente gostarias de publicar mas não tens tempo!

Mourinholakis, será uma grande perda para a blogosfera se optares pela solução mais simples para agradar a quem não aprecia o que aqui lê.

POrtanto, se decretares o fim deste espaço, que seja por causa da criação de um outro do género, teu !

Aquele abraço, seu lituano sarraceno !

Dos Bats

moira disse...

tudo tem um fim, as coisas só existem enquanto se justifica a sua razão de ser. quando chega o momento... e sabe-se quando é a altura, é deixá-las diluir-se, implodir sobre si próprias, mas fica sempre a sua marca, a sua cicatriz, a sua lembrança que surge no momento mais inesperado. e aí percebemos que o que fizemos teve significado.

Unknown disse...

muito original...parabens

http://www.arte-e-ponto.blogspot.com

Batista disse...

MOurinholakis, seu poderoso sarraceno lituano, envias-me o teu número de telemovel?? envia para rnpbatista@gmail.com hehe

Obrigado por teres passado no Sentido de Estado! Sim, era a nossa terrinha que estava lá exposta nas fotografias!

Abraço