Fui-te vendo ao longe, numa rua não sei onde,
Caminhando incólume e graciosa.
Um aspecto distraído num mundo aparentemente perdido
Onde, retraído, só eu te acho famosa.
Apenas eu te acho famosa.
Passo a passo vais-te aproximando, eu ali olhando
Escapando à tua imagem espantosa.
Espanto-me com tamanha elegância, a qual,
Sem dares importância, te põe maravilhosa.
Elegante e maravilhosa.
Agora, cada vez mais perto não podia estar mais certo.
Manténs a indiferença na postura portentosa.
Perante a tua presença aguardo a tua sentença,
Ouço num sussurro a tua voz primorosa.
À tua imagem, primorosa.
Para minha surpresa remetes-te à defesa
Será impressão minha ou deixei-te receosa?
Finalmente vejo-me em frente dela,
Mas vejo-a tão bela e tão medrosa.
Tão bela e tão medrosa.
Fevereiro de 2007
1 comentário:
O poema é mesmo para rir... Não o podias ter intitulado melhor... Gostei!
Beijo* Joana Morais
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