Dá-se o nascimento do sol…
Perdido entre nuvens e gaivotas a planar,
Que enobrecem a sua visão.
De tanto viver obcecado no desassossego do mar,
Tornou esta paixão num amor platónico em vão.
Acabei por perguntar:
- “Tu, maior força da natureza, que amas neste mar?”
- “Adoro o rebentar das ondas que soam como um trovão,
O esforço dos pescadores expresso por um esgar,
E as mulheres que por eles ali choram e rezam ajoelhadas no chão.”
“Divino sol, vira as costas ao teu coração!
É um engano este amor de encantar.
Escuta-me, pois na minha voz está a razão,
Mesmo que fujas, as ondas continuarão a rebentar."
Janeiro de 2006
2 comentários:
Muito bonito!!
tas a ficar refinado... vais-te desfiando do acessório, usando o mesmo para te tornares poeticamnte objectivo...dá-lhe mourato!
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