quinta-feira, janeiro 11, 2007

Mar negro

Dá-se o nascimento do sol…
Perdido entre nuvens e gaivotas a planar,
Que enobrecem a sua visão.
De tanto viver obcecado no desassossego do mar,
Tornou esta paixão num amor platónico em vão.


Acabei por perguntar:
- “Tu, maior força da natureza, que amas neste mar?”
- “Adoro o rebentar das ondas que soam como um trovão,
O esforço dos pescadores expresso por um esgar,
E as mulheres que por eles ali choram e rezam ajoelhadas no chão.”

“Divino sol, vira as costas ao teu coração!
É um engano este amor de encantar.
Escuta-me, pois na minha voz está a razão,

Mesmo que fujas, as ondas continuarão a rebentar."

Janeiro de 2006

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bonito!!

Pazolo disse...

tas a ficar refinado... vais-te desfiando do acessório, usando o mesmo para te tornares poeticamnte objectivo...dá-lhe mourato!