Perante o aparente esgotar da minha fonte, vi-me, injustamente, encurralado por uma série de episódios que senti que não teria provocado. A minha reflexão levou-me a que, com isto, escrevesse as últimas linhas desta página, virando a folha, começando um novo e límpido episódio.
O ódio peculiar que nutro por injustiças agravou o meu sentido crítico, capacitando-o a percorrer um caminho evolutivo em que o pensamento interior extrapolou para uma nova dimensão. Temo que esta fase não se coadune com os padrões ambientais à minha disposição.
O tempo aperta-me cada vez mais e o tic-tac do relógio pica-me de fora desta jaula que me comprime. O acordar desta hibernação foi violentamente subtil e só depois do sangue correr senti o seu sabor agridoce que me cegou definitivamente. Bendita cegueira que me afastou destas ilusões que, inevitavelmente, dançariam na minha cabeça que surgiria logo acima da areia movediça.
Neste último suspiro denotei que tudo nos custa muito mais a adquirir e a manter, do que o proveito que realmente poderemos retirar. A vida inflacionou-se e isto deve-se à nossa própria acção. Somos todos barões capitalistas da vida por culpa própria. O sôfrego correr atrás de sonhos leva ao consumo inútil de todos os nossos recursos, pessoais e humanos, na esperança de obter um lucro compensador e que raramente nos é proporcionado. Entramos assim na miséria, esquecendo-nos que fomos nós que nos sugámos inconscientemente.
Encontro-me, desta forma, vazio. Todas as homenagens aqui prestadas foram, no entanto, verdadeiras e sentidas. Se foram, alguma vez, mal entendidas isso parte de cada um de nós, pois nem nós, verdadeiramente, nos entendemos. Eu senti-as e exprimi-as. Não querendo, ainda assim, tocar ninguém porque era a mim que elas tocavam. E se ainda tocam, tocam delicadamente enquanto me embalam os sonhos em que me abstraio do real, buscando o seu “safe heaven” finalmente.
Não há assim outra alternativa senão calarem-se as palavras de amor e ódio. Ficam as homenagens, mais que sinceras a quem de direito. E o agradecimento a tudo o que me inspirou…
Ricardo Mouro
Sentimentos mais puros e verdadeiros pelos quais todos somos guiados e que desconhecem a razão, o bem e o mal... Raiva e carinho pelos quais somos procurados e perseguidos, e muitas vezes inspirados. É essa inspiração que aqui se procura libertar.
terça-feira, junho 10, 2008
segunda-feira, março 31, 2008
Bate
Bate meu coração.
Bate sem saber porquê
Como o malmequer "talvez sim, talvez não",
Que será que ele vê?
Bate tão loucamente
Atrás dessa ilusão,
que chega a ser demente
esta embaraçosa situação.
Tu que o tens na mão,
Quando o vires abrandar
peço-te, diz-lhe que não,
e beija-o para não parar.
Bate sem saber porquê
Como o malmequer "talvez sim, talvez não",
Que será que ele vê?
Bate tão loucamente
Atrás dessa ilusão,
que chega a ser demente
esta embaraçosa situação.
Tu que o tens na mão,
Quando o vires abrandar
peço-te, diz-lhe que não,
e beija-o para não parar.
Antes só...
Já me saltam as palavras do pensamento.
A teu olhar fúteis
mas, para mim deveras úteis
Para exprimir a dor que sinto dentro.
Neste quarto vazio estou bem acompanhado.
Fúria, desespero, ódio e solidão
escrevem comigo, usando minha mão,
As linhas do meu pecado.
Subo o labiríntico e íngreme destino.
Cegado pela luz da felicidade
o grito do amor, na verdade,
É desejo de teu sabor divino.
A teu olhar fúteis
mas, para mim deveras úteis
Para exprimir a dor que sinto dentro.
Neste quarto vazio estou bem acompanhado.
Fúria, desespero, ódio e solidão
escrevem comigo, usando minha mão,
As linhas do meu pecado.
Subo o labiríntico e íngreme destino.
Cegado pela luz da felicidade
o grito do amor, na verdade,
É desejo de teu sabor divino.
quinta-feira, fevereiro 14, 2008
Sem rótulo
Tenho tido pouco tempo para dedicar a esta porcaria de blog onde publico as minhas demências. Mas aqui à dias, o meu caro Pazolo (aka Bóina Rota) passou-me uma colectânea musical num estilo do qual sou fã. Houve uma que captou a minha atenção logo a primeira vez que a ouvi. Pelo ritmo mas muito mais pela sua letra. Acho que me identifico completamento com o que a vocalista grita com tanto ânimo. A banda é os "The Expelled" e a música chama-se Government policy. Car4l£0§ me forniquem se não é mesmo assim que eu me sinto! Esta música é minha e devia ter sido eu a escrevê-la! Isto é ser punk, é ser inconformado com a merda de vida que nos é proporcionada. É achar que "geração rasca" é a mãezinha do senhor ministro! Hardcore é seres tu, não aceitares rótulos! É arrotares o mais alto possível quando a betinha à tua frente faz aquela cara de enjoada e te chama nojento! Pois sou! E tu não eras já pa tar em casa, ò gaiata? Faz-te à vida!
Hardcore é a tua vida que tu queres respeitando os outros! É fazeres apenas e só o que sabes e com isso trazeres justiça ao mundo! É procurares no mundo onde precisem de ti, aqui não te fazes velho! É beber 5 litros de cerveja com os meus amigos, rir-mos uns dos outros e chorar com eles quando é preciso! É amares uma mulher sem entrares numa igreja! É não te entregares a ondas, modas, natáis e são valentins só porque os outros o fazem! Ai eu não sou normal só porque não o faço?!?! Então fica aí e põe-te na fila! Eu vou andando! Who the hell do you take me for??? Nem eu o diria melhor...
Found the answer to the strife
With a promise of a beter life.
Hide behind false words, no more.
Who the hell do you take us fore?
Born to lose then criticised! Unemployed, victimised!
And we've got no jobs now! Unemployed, victimised!
We're the ones, can't you see? Unemployed, victimised!
You won't change so let us be! Unemployed, victimised!
Don't preach to me of good and bad.
Squandered all the health we had.
Laugh and drink and all shake hands.
Too drunk to care for our demands.
Send police to haunt our streets.
It's us they're watching on their beats.
Warn us not to make a stand.
A stick and bible in your hand.
In the end you'll make your choice.
Draft us all and then rejoice.
Just sit back and do your worse,
But don't think we wont get there first!
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